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INTRODUÇÃO A HISTÓRIA - HISTORIOGRAFIA


01 (UNICENTRO)  “Pessoalmente, tão longe quanto me lembro, ela [a História] sempre me divertiu muito. Como todos os historiadores, eu penso. De outro modo, por que razões teriam eles escolhido esse ofício? Aos olhos de qualquer um que não seja completamente tolo, todas as ciências são interessantes. Mas cada sábio encontra apenas uma ciência cuja prática o divirta. Descobrí-la, para dedicar-se a ela, é o que se chama propriamente vocação.”
(Marc Bloch apud MORAES, José Geraldo Vinci e REGO, José Marcio. Conversas com historiadores brasileiros. São Paulo: Editora 23, 2002. p. 13.)
O texto acima, escrito por Marc Bloch, um dos mais importantes historiadores do século XX, refere-se:
a) À história mais crítica e analítica que centrou a narrativa nas ações exemplares e recriou a vida dos grandes personagens.
b) Ao ofício do historiador, cuja prática é a de produzir obras que, pelo seu conteúdo satírico, atinjam o grande
público.
c) À história como ciência que substituiu as fontes escritas pela sensibilidade e inventividade dos historiadores.
d) À singularidade do ofício daqueles que têm a vida vinculada à análise de papéis, livros e arquivos.
e) Ao estatuto que diferencia a História das demais ciências e que dotou o historiador de métodos científicos
precisos para revelar a verdade.


02 (UNICENTRO)  A escrita e a reescrita contínua da história fazem-se necessárias, na contemporaneidade, em razão:
a) Da semelhança de metodologias com as ciências naturais, a exemplo da comprovação de fenômenos e da determinação de leis gerais que regem todas as sociedades humanas.
b) Da história ser transparente e se deixar interpretar imediatamente, enquanto é vivida, oferecendo uma vasta e profunda percepção do tempo presente.
c) Do conhecimento histórico encontrar-se dissociado das transformações técnicas, sociais, econômicas e culturais.
d) Do envelhecimento natural dos que escrevem a história e, por isso, da perda da eficácia de suas interpretações do passado, pela distância temporal.
e) Da especificidade mesma do objeto do conhecimento histórico: os homens e as sociedades humanas no tempo.

03 (UNICENTRO)   “Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? (...)
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho? (...)
(Disponível em: . Acesso em: 01 ago. 2005.)
Esses versos são parte do poema “Perguntas de um operário que lê”, composto pelo teatrólogo alemão Bertold Brecht (1898-1956). É correto afirmar que o poema de Bertold Brecht pode ser entendido como:
a) Uma exaltação aos reis que dirigiram processos históricos significativos, levando à construção de cidades importantes para a humanidade.
b) Uma crítica à visão convencional de muitos historiadores, cujas narrativas se referem apenas aos dirigentes das sociedades.
c) Uma homenagem aos reis e aos construtores que, unidos, construíram as cidades de Lima, Roma e Babilônia.
d) Uma crítica aos historiadores modernos que, em suas narrativas, exaltam apenas o papel desempenhado por trabalhadores braçais nos processos históricos.
e) Uma constatação de que a destruição e reconstrução de cidades foram uma constante ao longo da história da humanidade.

 04 (UNICENTRO)  Leia o texto a seguir.
“1492, 1792, 1822, 1922. Datas. Mas o que são datas? Datas são as pontas de icebergs.
Mas de onde vêm a força e a resistência dessas combinações de algarismos? 1492, 1792, 1822, 1922... Vêm daquelas massas ocultas de que as datas são índices. Vêm da relação inextricável entre o acontecimento, que elas fixam com a simplicidade aritmética, e a polifonia do tempo social, do tempo cultural, do tempo corporal, que pulsa sob a linha de superfície dos eventos.”
(BOSI, Alfredo. O tempo e os tempos. In: Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 19.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
a) Alfredo Bosi, ao mesmo tempo em que reconhece a importância simbólica das datas, aponta para a impossibilidade de a cronologia dar conta da história.
b) O sentido da história no Ocidente dispensa a visão cronológica do tempo linear, bem como descarta a importância simbólica das datas.
c) Para Alfredo Bosi, o tempo histórico é portador de unicidade e, por isso, pode ser entendido através da simplicidade aritmética.
d) Para Alfredo Bosi, a história ignora a existência de diferentes tipos de tempo, posto que tais concepções se unem no que ele designa de “pontas de icebergs”.
e) A concepção de história que privilegia os fatos e a cronologia do tempo linear tem sido privilegiada pela história cultural e pela história das mentalidades.

05 (ADAPTADO UNIOESTE) “Veio para ressuscitar o tempo / E escalpelar os mortos, as condecorações / As liturgias, as espadas, / Os espectros das fazendas submergidas, / O muro de pedra entre membros da família, / O ardido queixume das solteironas, / Os negócios de trapaças, as ilusões, / Jamais confirmadas nem desfeitas. / Veio para contar o que não faz jus a ser glorificado / E se deposita grânulo / No poço da memória. / É importuno. / Sabe-se importuno e insiste / Rancoroso, fiel.”
 O poema O Historiador, de Carlos Drummond de Andrade, expressa algumas particularidades do trabalho do historiador e da História. Sobre isso, é correto dizer:
I - A única maneira de se organizar o estudo da História é dividi-la em períodos como Pré-História, Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea.
II - Para pesquisar a História, é fundamental a existência de documentos escritos produzidos no passado, os quais são as únicas fontes que permitem estabelecer como os fatos realmente aconteceram.
III - São temas exclusivos da História os que se relacionam à política e à economia.
IV - Todos os homens e mulheres são produtores de culturas e, portanto, neste processo, todos eles, bem como suas práticas e modos de vida, interessam à História.
V - A História investiga as mudanças nas sociedades, as quais são determinadas pelas transformações biológicas vividas pelos homens.
VI - Quando Carlos Drummond de Andrade diz que o historiador “é importuno”, ele se refere ao fato de que os estudos do passado permitem estabelecer questões no presente e para o presente em que vivemos, que podem desestabilizar o que se apresenta como verdade absoluta ou a única forma possível de ver as coisas.
A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é a
A) I, II, III, IV, V e VI               C) IV e VI                       E) I, III, V e VI
B) II, III, IV e VI                      D) IV, V e VI


06 (UNICENTRO)  Os maiores problemas para os novos historiadores são certamente aqueles das fontes e dos métodos. Já foi sugerido que, quando os historiadores começaram a fazer novos tipos de perguntas sobre o passado, para escolher novos objetos de pesquisa, tiveram de buscar novos tipos de fontes, para suplementar os documentos oficiais.
(BURKE,1992, p. 25)
A situação referida no texto e os conhecimentos sobre a produção do conhecimento histórico permitem afirmar que, dentre os novos tipos de fontes buscadas pelos historiadores como recurso a ser adicionado aos documentos oficiais, para o estudo de uma determinada sociedade, se destacam
I - as técnicas da oralidade, a partir dos depoimentos, dos relatos e da literatura de cordel.
II - os registros em cartórios das profecias dos astrólogos e dos ciganos do Antigo Oriente Médio.
III - as imagens iconográficas que contêm registros de momentos da vida familiar e comunitária.
IV - os estudos voltados para a identificação da latitude e da longitude da área pesquisada para determinar os aspectos culturais relativos à religiosidade e à organização política.
V - os hábitos alimentares adotados, conforme as condições sociais e financeiras, pelas comunidades em estudo.

 
 A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é a
A) I e II          C) I, III e IV                 E) III, IV e V
B) II e IV        D) I, III e V



07 (UNICENTRO) O passado é, sem dúvida, o objeto do historiador, mas esse objeto é construído e reconstruído tendo em vista as necessidades e perspectivas do presente. Nas leituras e releituras do passado, há constantes perdas e ressurreições. Assinale a afirmativa que se relaciona CORRETAMENTE ao sentido da História, numa concepção tradicional:
A) O passado e a História estão unidos um ao outro de tal modo que se pode ter apenas uma mesma leitura de qualquer fenômeno.
B) O historiador, ao traduzir o passado em termos modernos e usar conhecimentos até então indisponíveis, tanto pode descobrir o que foi esquecido como pode reconstituir o que até então estava esquecido.
C) Novas interpretações são dadas à História, dependendo do olhar, da perspectiva de quem a escreve, já que ela se constitui em um discurso em constante transformação.
D) A compreensão do universo social pelas suas forças de mudança e resistência à mudança, suas rupturas e continuidades constitui a essência do fazer histórico.
E) O passado que conhecemos é sempre condicionado por nossas próprias visões, nosso próprio “presente”.

08 (UFPB) Cada afirmativa abaixo caracteriza uma concepção de História, portanto, representa uma corrente historiográfica diferente.
I. A História é a ciência do passado, e o papel do historiador é o de mostrar esse passado como realmente aconteceu.
II. A História é o conhecimento dos homens no transcurso do tempo, e o historiador responde às questões do presente, fazendo e refazendo suas perguntas ao passado.
III. A História da humanidade é a história da luta de classes, e o papel do historiador é o de conhecê-la para transformar a sociedade.
As concepções descritas correspondem, respectivamente, às seguintes correntes historiográficas:
a) Positivismo, Nova História e Materialismo Histórico.
b) Materialismo Histórico, Positivismo e Nova História.
c) Nova História, Materialismo Histórico e Positivismo.
d) Positivismo, Materialismo Histórico e Nova História.
e) Nova História, Positivismo e Materialismo Histórico.





 




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